domingo, 4 de abril de 2021

Lá e de volta outra vez

Toda boa história, precisa de um final


O ELENCO
Leaf - Bardo - Elfo
Axios - Guerreiro - Minotauro
Kaz - Guardião - Orc
Catarinna - Feiticeira - Humana
Valna - Clériga - Elfa


O ENREDO

A sacerdotisa havia ditado nossa sorte. Deveríamos seguir para o norte em direção a caserna. Começamos a nos preparar, foi quando uma criatura abominável apareceu na porta ao sul. Ainda nos lembrávamos de sua tenebrosa voz, vinda de uma traqueia pertencente aos círculos do inferno.


O ser de pele púpura, patas terminadas em garras, e em suas mãos uma lança de aço infernal. Sua cabeleira, em especial sua barba pareciam vivos.

Desconhecendo o medo, Axios prontamente investiu contra a criatura, travando-a abaixo do portal, impedindo que alcançasse os demais. Sua bravura teve um preço. A barba viva como tentáculos rasgou a pele do minotauro um extenso ferimento em seu peito. Pelos olhos do guerreiros conseguimos notar que não se tratava de um ferimento comum.

Reston então, nos avisou que deveríamos a todo custo evitar os ataques com armas naturais do demônio. A glaive não teria maior perigo que seu próprio corte, as garras e a barba do demônio guardavam lembranças do círculo infernal no qual a criatura foi gestada.

Axios retomou o fôlego e desceu seu machado com uma fúria impetuosa ferindo o ombro e o lado da criatura. Valna invocou a luz de seu deus para calcinar a pele do demônio e lembrar que nenhum mal é realmente poderoso contra os desígnios do bem. Eu ataquei sua vaidade. Demônios não ligam para zombarias mas, se acham os seres mais poderosos do universo. Minha distração foi suficiente para Catarinna e Reston invocarem suas artes arcanas e devolverem o ser ao seu útero infernal.

Valna verificou os ferimentos de Axios, além da chaga nada a preocupar. O vigor do Minotauro foi o suficiente para expulsar o veneno infernal.

Atravessamos a porta sul a fim de verificar os laboratórios de necromancia. Novos corpos estavam nas mesas, como já havíamos visto esses seres se levantarem resolvemos fechar a porta e eu inutilizei a fechadura.

Nós voltamos para o ataque à caserna. Iríamos nos posicionar perto da porta e arrombaríamos aproveitando a surpresa dos defensores. Eu havia ficado para trás aplicando uma pomada que Reston me entregara. Foi quando Axios, do meio do pátio, e com sua voz de trovão, gritou por Reston perguntando se ele sabia algo sobre o poço místico no meio do pátio.


Sua voz foi potente o suficiente para despertar todos da caserna. As portas abriram e onde esperávamos soldados havia outro demônio. Duas orbes de fogo e uma mulher de traços sepulcrais as comandando.

Corremos... Estávamos desposicionados, Kaz na retaguarda, Catarinna na Vanguarda e Valna perdida entre a vanguarda e Reston. Nossa adversária se aproveitou, invocou chamas e lançou uma bola de fogo em nós.

Conseguimos desviar, Valna porém ainda estava de costas para as criaturas e foi completamente engolfada pelas chamas, com sua pele sendo extremamente ferida. Nesse momento descobri para que servia a pomada que Reston havia me entregado. O fogo tentou ferir minha pele mas, a pomada impediu.

Catarinna respondeu o ataque. Se a dama dos mortos deseja uma disputa arcana, não seria nossa feiticeira a se retirar. A sala que havia se transformado em uma estufa com chamas para todos os lados começou a gelar, O frio vinha de todos os lados e se concentrava na mão da feiticeira. Um frio espectral formou uma bola de gelo que foi atirada contra a silhueta cadavérica que revirou as orbes de seus olhos a queimadura de frio de Catarinna era ainda mais poderosa que suas chamas. Eu corri… Não para onde você está pensando mas, sim para a vanguarda, não podia deixar Catarinna liderando o front, e no mais a mais estava protegido contra o fogo.

As orbes de fogo despejaram suas chamas sobre mim. Não sou exatamente um combatente mas, existe uma ponta de brio eu meu ser. Me defendi e fui capaz de impedir o avanço delas.

Axios estava paralisado. Sua mente ainda processava o fato de sua voz ter provocado aquela agonia sobre nós. Ele via Valna completamente queimada, eu defendendo a vanguarda, ele não havia nos traído, havia sido apenas ingênuo mas, não era assim que ele via a situação. Sua hesitação se transformou em ira, sua ira em ação. Investiu com os olhos em branco, visão completamente em túnel focando a mulher cadavérica. As orbes tentaram impedir seu avanço, como se formigas devotas pudessem impedir um titã. Ergueu seu machado descendo sobre as costelas da maga e eu posso jurar que pela primeira vez em minha vida de aventureiro ouvi um morto-vivo gritar de dor.

Na sombra de Axios rápido como o vento veio Kaz. Havia absorvido a bola de fogo e trazia seu taco em chamas. Seus olhos rápidos de rebatedor haviam reparado que uma figura fantasmagórica se contorceu no espelho ao fundo da sala quando Axios acertou seu ataque. Então nele descarregou as chamas que havia capturado. O espelho se quebrou e todo o calor da sala se esvaiu. A criatura soltou um urro, havia perdido sua ligação com os mundos inferiores. Kaz virou-se, não havia terminado e acertou duas fortes tacadas na criatura.

Valna e Reston se agruparam na retaguarda, e trataram de cuidar das feridas da elfa.

Ah! Recuperamos o fôlego. Vendo a criatura vacilando Catarinna tratou de disponibilizar uma morte para que ela se lembre de quando tentou disputar artes arcanas com uma tocada pela magia. Um gesto, algumas sílabas e um esquife de gelo envolveu a criatura cadavérica sepultando-a para sempre. As orbes de fogo começaram a vacilar e não foram páreo para a fúria de Axios e Kaz sem a sua comandante.

Bom, tratamos de vasculhar rapidamente os quartos, encontramos os discos dos planos, a base da ferramenta, um símbolo sagrado, ou profano de uma mão fechada com sangue. Recolhemos tudo e corremos para a sala do portal.



Casanate nos esperava e ficou feliz em ver que havíamos recuperado tudo. Finalmente o momento de voltarmos para nossas casas. Kaz se despediu de todos, e retornou ao seu mundo em que era um famoso jogador de baseball, seja lá o que isso for. Axios se prostou então em frente ao portal. Do outro lado Casanate sintonizou Arton, sua amada Arton. Quando Axios avançou, segui então seu passo, e fui rapidamente detido pela poderosa mão do minotauro em meu ombro. Havia algo que ele não havia dito sobre Arton. Elfos não são bem vindos, e ele não gostaria de me ver preso naquele mundo. Perguntei então a Casanate se teria como nos apenas passarmos por Arton e não ficarmos presos lá. Casanate disse que para isso precisaria recuperar uma de suas naus planares. E que uma delas estava perdida em Faerun. Convidei então Axios para que viesse ao meu mundo e depois poderíamos ir para Arton. O minotauro fitou de maneira nostálgica o portal, do outro lado poderosas muralhas eram exibidas, com certeza deveria ser Tapista. Virou de costas para o portal e disse: “Não existe desonra maior para um servo de Tauron do que abandonar seus subordinados, se o combate me leva para Faerun, então para Faerun irei”.

Casanate então sintonizou Faerun. Minha casa. Fizemos a fila e de um a um fomos atravessando. Eu, Axios, Catarinna…

Quando Valna foi atravessar ela olhou para trás. Olhou para Reston, o elfo estava no canto, taciturno, olhando para o vazio. Foi quando ela perguntou - E agora Reston? - O elfo então respondeu - Bom eu também vou voltar. Valna olhou para o chão e começou a se voltar para o portal. - Mas, não tenho para onde voltar - completou o elfo. Valna sorriu - Não consegue fazer nada direito sozinho não é? Vamos Reston - disse a Elfa e os dois atravessaram o portal. Por fim, Casanate que fechou o portal.

Senti então o sol de Faerun e o inconfundível vento gelado do norte. Estávamos em Faerun, estávamos no norte. Eu, finalmente, estava…. Em casa.

E todo bom final é um começo

Lá e de volta outra vez

Toda boa história, precisa de um final O ELENCO Leaf - Bardo - Elfo Axios - Guerreiro - Minotauro Kaz - Guardião - Orc Catarinna - Feiticeir...