quarta-feira, 3 de março de 2021

A escuridão de oito olhos

Bom agora irei lhe contar do dia em que a morte me fitou com seus olhos, oito olhos mais exatamente.


O ELENCO
Leaf - Bardo - Elfo
Axios - Guerreiro - Minotauro
Kaz - Guardião - Orc
Catarinna - Feiticeira - Humana
Valna - Clériga - Elfa

O ENREDO


Paramos defronte a esquálida caveira de pedra, sem expressão fria como rocha nos convidava para a morte certa. Descemos o vale até a encosta do outro lado onde o covil do mago repousava em seu sono ancestral.

As portas estavam abertas, não havia motivo para trancá-las, quem seria tolo de se aproximar daquele local? Entramos e nos vimos em um tabuleiro de xadrez. Placas no chão cada uma com uma letra, grandes o suficiente para que ficássemos de pé em cima delas.

Pisei na primeira placa, um “N”, firme nada me aconteceu. Pisei então na placa do lado um “O” e fui surpreendido por uma explosão de fogo nos meus pés. Pronto já sabíamos que jogo estávamos jogando. Com ajuda de Axios e meio que servindo de “boi de piranha” avançamos algumas casas, às vezes o terreno era sólido, outras vezes era atingido por algum sortilégio: fogo, gelo ou veneno.

Poucas casas depois Kaz solta um: “Ahhh” - O orc havia compreendido a lógica daquele tabuleiro infernal. “São as escolas de magia vejam” - Disse ele enquanto rapidamente corria por sobre as casas que formavam a palavra “Transmutation”. Sinceramente não sabia sequer que o orc era capaz de ler, quanto mais saber quais são as escolas de magia mas, de um homem que conversa com insetos pode-se esperar de tudo.

O avanço de Kaz foi interrompido por algumas teias, ah sim! Não havia falado delas. Todo lugar estava coberto por teias, grossas e densas com certeza não eram teias normais. Bom Kaz fez seu taco pegar fogo e ateou fogo às teias que o enredaram.

Foi então que uma voz gutural produzida por uma traqueia não humana interrompeu o silêncio. “Minhas filhas! Como se atrevem" - A monstruosidade então se apresentou, uma aranha maior que um cavalo apareceu. Suas garras pingavam veneno que queimava até mesmo o chão onde caíam.

Nos aprontamos seguindo as orientações de onde pisar e onde não pisar de Kaz. Axios se apressou em ocupar a vanguarda mantendo o monstro distante de nós. Catarinna, Valna e Kaz despejaram todo tipo de ataque na criatura. Eu mantive o papel de distrair o monstro para que Axios não seja mais castigado que o necessário.

Depois de uma bola certeira entre os dois maiores olhos da aranha a mesma convulsionou, retesou as patas e logo depois caiu.

Seguimos para a porta ao norte. Trancada e com uma armadilha. Desarmei a armadilha enquanto Valna cuidava da fechadura. Entramos em um corredor, com duas escadas em cada um dos lados e uma porta do lado oposto ao nosso.

Logo depois que entramos notamos que estávamos sendo seguidos, nos voltamos para a retaguarda mas, era Reston, o sábio da vila. Aparentemente o elfo tinha interesse na Val… No covil do mago, de qualquer maneira seria mais uma mão para nos ajudar e não consegui perceber uma intenção de nos trair. Pelo menos, não a princípio. Enquanto Reston e Valna se entendiam, fomos surpreendidos pelo som de patas.

Centenas, milhares de patas. Um tamborear constante das garras de quitina no solo, a nossa frente o chão e as paredes se moviam em um surto psicótico embalado por dezenas de aranhas.


Axios e Kaz se apresentaram para o front de combate. Os demais tomaram posições na retaguarda a fim de punir os inimigos à distância.

Por um instante todo titubear das patas se silenciou, tudo se retesou aguardando o choque da onda de vermes nos colossos de carne. A luta se iniciou, feroz, brutal e extremamente tóxica. O primeiro a experimentar o poderoso veneno que as aranhas traziam em suas quelíceras. Forte o suficiente para retirar o brilho dos olhos do Orc mas, não a sua determinação.

Após o quebrar da primeira onde este elfo se tornou incauto, talvez tenha passado muito tempo ao lado de Axios e seus discursos sobre a força… Seja como for me juntei a vanguarda, em meu alaúde despejei uma poderosa canção conhecida como “Ace of Spades”. As cordas rugiram como um trovão atingindo as aranhas na minha frente, rachando seus exoesqueletos. Meu momento de glória que logo se tornou terror.

Confiante demais, levado pela música baixei a guarda. Presas certeiras se fincaram em minhas costelas. O poço nego dos oito olhos me fitando e o veneno queimando em meu corpo. Já conseguia sentir o toque acalentador da Feywild… Então um som metálico me tirou do transe. Axios se enfurecera, uma machadada certeira havia partido minha atacante em duas. Depois de olhar por um instante para verificar se estava tudo certo comigo um urro e uma investida certeira em outra aranha que explodiu na parede.

Valna conjurava uma esfera de chamas enquanto discutia com Reston para que esse fosse mais útil. Aproveitei o instante para recuar, recuperar o fôlego, e me posicionar mais distante da frente de combate.

Aos poucos ao som de machadadas, tacos, flechas e chamas o enxame foi tombando. Não sem nos causar vários ferimentos.

Estávamos exaustos após o combate. Resolvemos descansar um pouco. Toquei uma música suave para encobrir a discussão constante entre Reston e Valna, śerio qual o problema desses dois?

Depois de nos recuperarmos, resolvemos averiguar os quatro quartos ao lado do corredor.


No primeiro, um calabouço. Um corpo já esquelético se agarrava a um machado. Chamei Axios que fez as honras ao guerreiro caído e tomou o machado. Reston, “incentivado” por Valna, se apresentou então para identificar o item.

Na segunda uma estátua. Na verdade, apenas a cabeça de uma imensa estátua. Muitas teias mas, o que chamava a atenção era um de seus olhos brilhantes. Muito suspeito, resolvemos verificar os outros quartos antes de pegarmos a joia.

O terceiro era outro calabouço. Seja lá o que jazia por ali já havia virado pó. Porém uma capa estava presa em várias teias no local. Pegamos a capa, lembrei da pérola que havíamos coletado logo chegar na ilha e resolvi identificá-la.

Por fim, no quarto uma mão gigantesca saindo do solo segurando um bastão. Kaz o pegou e trouxe até mim para que eu dissesse do que se tratava.

Enquanto eu e Reston realizamos os rituais para identificar o item, Valna resolveu retornar ao segundo quarto.

De maneira imprudente subiu na estátua e utilizando uma adaga removeu a jóia. Por sorte, nada aconteceu. Tivemos sorte, todos eram itens mágicos, a jóia em especial uma pedra de Ioun que lancei sobre os cifres de Axios.

Sim, se você me acompanhou aventureiro ainda falta uma porta mas, essa é uma história para outro momento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lá e de volta outra vez

Toda boa história, precisa de um final O ELENCO Leaf - Bardo - Elfo Axios - Guerreiro - Minotauro Kaz - Guardião - Orc Catarinna - Feiticeir...