segunda-feira, 22 de março de 2021

A Sacerdotisa

Ah! Todos sabem que uma boa história começa na taverna.

O ELENCO
Leaf - Bardo - Elfo
Axios - Guerreiro - Minotauro
Kaz - Guardião - Orc
Catarinna - Feiticeira - Humana
Valna - Clériga - Elfa

O ENREDO


Bom essa história começa removendo uma das hipóteses que havia levantado anteriormente. Voltamos para a taverna descansar um pouco, após uma caverna cheia de aranhas. Entre uma caneca e outra de cerveja, Valna se aproximou de Reston e disse que não queria nada sério, foi apenas diversão, uma molecagem, ele nada significava e deveria buscar outra pessoa. Mesmo tendo conhecido Reston recentemente fiquei com pena do elfo quebrado, infelizmente nossa sacerdotisa era tão piedosa com seus parceiros quanto foi com as aranhas. Bom se Reston iria nos acompanhar para impressionar a elfa acho melhor pensar em outra coisa.

Para cortar o clima passei a tocar uma balada leve enquanto ouvia Axios conversar com Casanate sobre a sua amada Arton. Discursava a sua maneira das pradarias, das muralhas de Tapista, de uma deusa estátua, e de um exército de neofacistas! Sim esse estalo que você acaba de ouvir vem do meu alaúde, uma corda se arrebentando. Jamais imaginei que Axios fosse capaz de usar uma palavra desse tamanho, ainda mais saber o significado dela. Segundo o minotauro um exército denominado Puristas varria impérios com ódio e soberba.

A noite seguia e seguiam as canecas de cerveja de Valna. Notei que a resistência da elfa estava finalmente abalada quando ela começou a flertar com o Almirante. Aproveitei pois, como todos sabem: por onde entra o álcool, sai a verdade. Quis saber um pouco sobre a ordem monástica que ela fazia parte. Segundo a sacerdotisa ela fazia parte de uma ordem monástica famosa por produzir a melhor cerveja de Faerun. Eu conheço a ordem, os Devotos em Trapos de Ilmater, conhecidos como Trapistas. Sua sede fica em Lua Argêntea, quase na espinha do mundo. Foi então que disse: “Ah sim! Vocês são de Calinsham não é mesmo? Conheço a cerveja de vocês.” Para você que não conhece minhas terras, Lua Argêntea é o estandarte da civilização ao norte, já Calinsham é a fronteira sul do mundo civilizado, depois de Calinsham apenas as selvas de Chult.

Ela continuava em sua ébria tagarelice, dizia que teria passado toda a vida em um forte, criada na clausura monástica, o que… Não explica em nada seu apetite por ouro.

A noite prosseguia e entre uma contradição e outra de Valna esse elfo se cansou. Veja, um ou outro mistério tornam a pessoa interessante. Dez ou mais, como você verá em meu relato, tem-se que admitir que está sendo enganado. Resolvi me retirar. Em meu quarto ouvi um urro desumano, algo das profundezas vindo do quarto de Kaz. Corri até lá e para ver se estava tudo bem. Como o Orc não abria a porta resolvi entrar e… O cheiro das profundezas do inferno encheu minhas narinas. Kaz havia vomitado em todo o quarto. Estava em delírio febril. Chamei Valna que veio com Reston a tiracolo.

A elfa me ajudou com Kaz e com o quarto. O elfo reconheceu os sintomas como sendo o envenenamento das aranhas do covil do mago. Fizemos um caldo para que o estômago do Orc parasse de jogar tudo para fora mas, precisávamos obter uma cura pois o unguento era incapaz de reduzir o delírio e a febre do orc.

Reston então se lembrou que uma flor na floresta ao sudeste que crescia ao redor da mais velha árvore da floresta poderia neutralizar o veneno.

Kaz pois então, fim a noite de comemorações. Catarinna precisava descansar antes de outra aventura. A taverna então se silenciou até a próxima manhã.

Acordamos! Kaz havia parado de vomitar mas estava tão debilitado que não podia se levantar. Partimos então como o vento para a floresta guiados por… Valna porquê óbvio é o que se ensina para sacerdotisa criada na clausura.

Seja como for, tivemos sorte dos talentos heterodoxos da elfa, normalmente Kaz nos guiaria. Enquanto nos embrenhávamos pela floresta a pedra que voa ao redor do Minotauro começou a pulsar avisando de um perigo iminente.

Aguçamos nossa visão e nada na floresta, vasculhamos cada centímetro e nada, então olhamos para cima e vimos o pesadelo alado. Saída das loucuras das brumas febrís do Demogorgon aquele ser. Parte leão, com face humana e uma cauda farpada, uma Manticora. Catarinna ainda tentou negociar com o tormento mas, em vão, a besta estava faminta e apenas queria mais carne, carne de elfo e carne de minotauro.

A ira da Manticora desabou sobre nós, mordidas e espinhos rasgando nossa carne, e estávamos desfalcados sem as poderosas bolas de Kaz. Foi então que Valna revelou mais um de seus segredos, embebedou suas flechas em veneno e as disparou contra a besta. O líquido virulento entrou na corrente sanguínea do monstro como ácido fazendo a contorcer em espasmos. Veja aqui não é questão que um sacerdote não possa usar venenos, pelo contrário vários deles são famosos pelo seu uso mas, nenhuma ordem que valha a pena confiar.



Aproveitamos os espasmos para atacarmos com toda nossa fúria. Flechas, raios e todo tpo de sortilégio foi disparado contra o monstro. Por fim, Axios usou seu machado para cortar a cabeça do pesadelo trazendo fim a sua existência de sofrimento. Separamos então a cauda da Manticora do corpo pois, os esporões alí contidos podem ser usados para fazer armas.

Andamos mais um pouco pela floresta e conseguimos encontrar as flores, coletamos e tratamos de voltar logo para a cidade.

Chegando na cidade e Valna foi atrás de Reston para que ele preparasse a poção e também se ele tinha interesse no rabo da Manticora. Depois de uma conversa um tanto… Pitoresca… sobre rabos de mantícoras e elfas, Valna decidiu não vender o rabo, deixo à sua decisão qual, Reston passou a preparar o antídoto.

Fizemos com que Kaz bebesse o líquido e segundo Reston na manhã do próximo dia ele estaria bem.

Passamos então, a nos aprontar para a nossa última missão neste mundo. Compramos suprimentos e traçamos um plano junto com Reston e Casanate. Segundo Reston a ferramenta que tínhamos era apenas parte de uma ferramenta mais completa. O globo deveria estar apoiado em uma base com as direções entre os mundos. Além disso, Casanate disse que precisava de um mapa dos planos para conseguir nos guiar.

Aproveitamos nossa última noite em Cali na taverna. Como sempre regada a cerveja, Valna partilhava suas memórias do cárcere, com almofadas bordadas de OURO! Ao menos uma verdade! Finalmente algo para justificar seu dracônico apetite.

No outro dia Kaz estava como novo, quando acordamos ele já estava se alongando, disparando bolas para todos os lados. Despedimos de Jennyfer a taberneira, deixei uma boa gorjeta pois a mulher merecia depois do estado que Kaz deixou o quarto. Casagrande e Reston nos acompanhariam, o último inclusive trazia uma bela espada, aço marfim, mithril tratado pelos elfos. Nos reunimos na praça da cidade, despedimos de todos e Catarinna começou a ler o pergaminho.

Um vórtice se formou no céu, nuvens negras rodopiando, Catarinna flutuando entre nós sem as pupilas dos olhos, um tornado, um trovão e… Estávamos de frente ao portal que nos havia trazido para esse mundo.


Estávamos de volta no pútrido complexo de necromancia. Um lugar onde nem sequer a morte era respeitada e a agonia de perecer era apenas a introdução a um mundo de tortura. Por sorte dessa vez estávamos com o mapa do lugar.

A fim de encontrar o mapa fomos até a biblioteca em que o Mago nos entregou a ferramenta. Vasculhamos os livros procurando o mapa, ou a base ferramenta. Nesse instante Valna disse que sempre odiou livros, a elfa se despiu completamente de seu disfarce de sacerdotisa, por algum motivo não mais o considerava necessário. Enfim, não encontramos nada.

Fomos na outra sala, o laboratório de alquimia, mas, também, nossas buscas foram infrutíferas.

Resolvi então abrir a porta oposta a nossa entrada. Um brilho esverdeado vazava pelo batente da porta então tratei de abrí-la da maneira mais silenciosa possível.

A porta dava para um pátio interno gramado mas, o brilho vinha de uma fenda em seu centro. Uma iluminação verde espectral pulsava naquele pátio.

Pelo mapa que tínhamos em mãos, ao sul daquele pátio estaria o calabouço, a oeste uma igreja e ao norte a sala do tesouro mas, para alcançá-la, deveríamos ter que passar pela caserna.

Rente a parede, o mais longe possível da luz espectral, caminhei até a caserna onde ouvi vozes do outro lado da porta. A oeste também um culto era realizado na capela.

Retornei, contei tudo aos demais. Valna então nos revelou que seu deus, seja ele qual for, havia lhe concedido o dom da profecia. Ela precisaria de alguns minutos para estar em comunhão com sua divindade e teria uma revelação.

Preparamos um altar e a elfa iniciou o ritual. Proferindo apenas uma pergunta: “Onde encontraremos o mapa e a ferramenta?” e obtendo apenas uma resposta: “Ao norte.”

Seria uma visão, ou o simples desejo por ouro da elfa que estava falando?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lá e de volta outra vez

Toda boa história, precisa de um final O ELENCO Leaf - Bardo - Elfo Axios - Guerreiro - Minotauro Kaz - Guardião - Orc Catarinna - Feiticeir...