quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Um Mundo de Vapor

Bom onde eu estava mesmo… Ah sim!


O ELENCO

Leaf - Bardo - Elfo
Axios - Guerreiro - Minotauro
Kaz - Guardião - Orc
Catarinna - Feiticeira - Humana
Valna - Clériga - Elfa


O ENREDO

Axios atraiu as criaturas de metal para fora. Elas tilintavam um som funesto o tic-tac das nossas vidas se esvaindo. Elas atacaram primeiro. Focaram no Kaz provavelmente atraídas por seu gigantesco porrete. Duas lanças, as duas acertam… Kaz se enfurece tudo nele pulsa, duas bolas são rebatidas com violência… Explodem e colocam fim em três dos cinco que nos atacavam.

Catarinna se anima ao ver o feroz ataque do Orc, lança uma onda de choque, um trovão que joga mais um dos nossos atacantes para o precipício. O último fica por conta de Axios que o destrói com seu machado.

Entramos no coração do monstro. Vapor e enxofre, um calor sufocante. Tudo cor de bronze deixando nossos olhos mareados. Canos por todos os lados como se fossem vasos e veias de uma criatura monstruosa que havíamos entrado. A nossa frente uma plataforma com uma alavanca. Mexemos na alavanca e um incrível arranjo de correntes, polias e rodas engrenadas fez a plataforma deslizar vagarosamente para baixo.

O poço parecia não ter fim, minutos, horas não sei quanto tempo se passou. O templo ampliado pelo murmúrio baixo do Minotauro lutando contra o desconforto do chão abaixo dos seus pés não ser firme o suficiente.

Finalmente a máquina parou. Estávamos novamente no mundo de bronze e enxofre. A nossa frente de novo os monstros de metal com seu tilintar. Porém dessa vez havia algo diferente. Um homem completamente azul, tentamos conversar com ele, explicar que não queríamos fazer qualquer mal às criaturas daquele lugar, precisávamos apenas confirmar que se tratava de um covil de dragão e poderíamos ir embora.

Fomos respondidos da pior maneira possível. Os olhos de nosso gladiator se turvaram, a fera presa por fortes amarras de honra, fé em Tauron e trato social do minotauro haviam sido retiradas, nosso companheiro retornava a sua forma bestial.

Não tínhamos tempo a perder, um ataque de Axios seria devastador, eu sabia disso melhor que todos pois conhecia bem seus “tapinhas” de comemoração.

Kaz se moveu como o vento, descendo seu porrete em todos os inimigos no caminho, em um piscar de olhos estava do outro lado da sala, segundo o mesmo percorrendo as três bases. Eu tentei selar novamente a besta de nosso, completamente em vão, deveria saber que seu monstro interior estava sedento por sangue.

O ser azul voltou-se para Kaz, um novo encanto mas, não dessa vez, nós bardos somos tão bons em entreter lordes e concubinas quanto somos em interromper encantamentos. Dei um grito, estridente, que retirou parte da força da magia, Então ele voltou-se para um painel que estava em suas costas apertou alguns botões, mexeu em umas alavancas, e os canos de bronze pulsando como artérias passaram a soltar cada vez mais calor e vapor.

Após hesitar por alguns instantes, Valna puxou seu arco e acertou uma flecha entre os olhos da criatura azul. Que torceu de costas e se desfez em frente aos nossos olhos. Axios se libertou do encanto e junto com Catarinna deu fim nos outros mecânicos que nos atormentavam.

Ao fim da batalha Kaz verificou o painel e encontrou apenas uma escrição estranha: BZM4K-003F

Bom tínhamos três opções, dois quartos e uma escada que dava na mesma direção dos canos. Entramos nos quartos primeiro. No da esquerda alguns daqueles pequenos autômatos, resolvemos destruí-los pois, eles poderiam despertar a qualquer momento. Na direita outro um tanto mais interessante, havia uma quantidade em ouro mas, o que chamava atenção era um ovo de metal do tamanho de um ser humano.

Eu e Valna resolvemos inspecionar o objeto e encontramos uma fechadura. Com alguma dificuldade abri, e nos deparamos apenas um com um interior acolchoado mas, vazio, deveria ser uma urna vazia no momento.

Enquanto eu e Valna inspecionamos o objeto Kaz nos chamou para verificarmos novamente o painel, a escrição havia mudado: BZM4K-002F. Olha… não gosto de contadores decrescendo, resolvemos nos apressar. Subimos a escada e nos deparamos com o ninho de um dragão!

O dragão parecia estar dormindo, todos os tubos do covil pareciam convergir para aquele lugar. Axios se apressou parecia estar fascinado por encontrar um dragão metálico.

Eu, no entanto, detive o guerreiro, o monstro que se apresentava naquele lugar não era um dragão metálico. Era um rascunho mal feito e descabido, jamais seria uma cria de Bahamut.

Então, temos que destruir essa cria de Kalllyadra… (no o que?) - Disse o minotauro. Veja, estou em uma terra que não é a minha, não fui contratado para matar um dragão, ou o que quer que essa criatura seja e tenho bastante apreço na minha vida. Respondi que devíamos ir embora, afinal já tínhamos confirmado que se trata de um covil de um dragão, ou algo parecido. “Tauron, não permite que eu dê as costas a um inimigo Leaf” - Respondeu Axios. Sabendo que só uma coisa supera a teimosia de meu companheiro de viagem disse. Pois então vire-se para ele e caminhe na minha direção. E… surpreendentemente me deparei com o minotauro andando de costas acompanhando o resto do grupo para fora daquele lugar.

Na costa um dos mercadores nos esperava, confirmamos a ele que era o covil de uma criatura parecida com um dragão mas, não exatamente um dragão metálico. A resposta foi boa o suficiente para que ele honrasse sua promessa de nos transportar para o continente.

Partimos da ilha, não sem antes ver nosso algoz ganhando os céus. Aquele esboço de dragão rumava fortuitamente para longe de nós.

Ganhamos o mar ansiosos por um retorno tranquilo a cidade mas, nem sempre os deuses tem os mesmos planos dos mortais. Uma calmaria nos deixou a deriva. Catarinna então resolveu impulsionar nossa nave usando a sua magia. A calmaria se transformou então em uma rajada na direção oposta à que Catarinna nos guiava. Havia magia no ar, eu sentia, mas, a feiticeira senhora dos trovões conseguia ouvir os encantamentos. Seus olhos então faiscaram e a constante brisa que impulsionava nosso barco se tornou uma forte rajada, a vela se encheu e em pouco tempo estávamos fora da tempestade.

Ainda assim não havíamos chegado e o mar ainda tinha sortilégios, uma densa névoa engolfou nosso barco. Catarinna sentia a magia no ar. Tenho pena de quem tentou testar forças com nossa feiticeira. A bruxa resolveu deixar claro quem era a senhora do vento e do trovão. Veias pulsaram, os olhos completamente sem pupilas, novamente Catarrina pairava acima do solo envolta em um casulo de raios. Uma forte rajada de vento encheu nossa vela e a embarcação finalmente se deslocou para a cidade.

Voltamos para Cali, após confirmarmos tudo com nossos empregadores, que deixaram claro que partiriam em uma semana.

Bom, eu tinha ouro bruto e queria transformá-lo em algumas peças de ouro. Nos informaram que o sábio estava de volta e tinha interesse em ouro.

Fomos até a casa do sábio para a nossa surpresa um elfo, jovem, embora isso possa significar algumas centenas de anos. Os olhos de Valna faiscaram a sacerdotisa parecia se interessar bastante por elfos jovens capazes de comprar grandes quantidades de ouro bruto.

Axios se adiantou a nós e despejou todos os seus devaneios sobre Arton, Tauron, Tapista e outras palavras que apenas fazem sentido para ele. Aguardamos…. AGUARDAMOS. Para então sermos surpreendidos por Kaz demonstrando todas as suas habilidades atléticas. Esse foi o instante em que o brilho dos olhos de Valna desapareceu, ao perceber o interesse do elfo pelo vigoroso taco do orc.

Resolvi dar fim à demência que se alastrava no grupo, me apresentei apropriadamente e perguntei o nome do Sábio. Ele atendia pelo nome de Reston e acabara de retornar de uma incursão ao forte do mago que havia fundado a cidade. Expliquei a ele que somos viajantes de mundos distantes, coletados para uma experiência de necromancia, velejadores de uma tartaruga gigante e fugitivos de um culto louco ao lado da cidade.

Nesse instante Axios me interrompeu e disse - Sabe Leaf, falando assim em voz alta, até parece loucura, não? - Fui obrigado a concordar. Perguntei então se ele sabia alguma maneira de retornarmos para casa.

A primeira opção foi retornar pelo portal do laboratório de necromancia. Algo completamente fora de nosso alcance, exceto pela referência do gigantesco redemoinho não tínhamos ideia de onde era o laboratório.

A outra opção é que o antigo abrigo do mago tinha alguns itens, e talvez um portal que pudéssemos utilizar para voltar para casa. Reston nos deu a direções, partiríamos no outro dia. Eu convidei ele para se juntar a nós na taverna a noite, quem sabe Valna não desse sorte… ou quem sabe... Kaz! Infelizmente o elfo não apareceu.

Nos equipamos e partimos da cidade, rapidamente ao chegar a localização indicada por Reston demos conta que o elfo foi bastante sucinto nos detalhes do covil do mago. Porque covil? O forte na verdade era uma caveira escavada na escarpa de um vale tal era a sua expressão que parecia nos vigiar ao longe. Toda a terra era cinza e a desolação invadia não só a paisagem mas, também nossos corações.

Fortuna ou revés? O que nos aguarda naquele lugar? Por agora esse elfo tem que ir embora, quem sabe da próxima vez que nos encontrarmos.

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Lá e de volta outra vez

Toda boa história, precisa de um final O ELENCO Leaf - Bardo - Elfo Axios - Guerreiro - Minotauro Kaz - Guardião - Orc Catarinna - Feiticeir...